domingo, agosto 07, 2005

Berlim 2 (noite) (actualizado com fotos)

(Depois de jantar.)
Jantei que nem um mamute... Acabei por escolher um restaurante asiático: comida chinesa, vietnamita e tailandesa. Fui para a vietnamita; os pratos eram gigantescos e penso que genuínos (vários individuos asiáticos no restaurante).
Faço um pouco de tempo antes de recolher, e aproveito para actualizar o blog - não tanto como gostaria...

(copio do meu "Diario de bordo" - PDA)
O objectivo hoje era o de ir comprar o bilhete para Praga. Olhando o mapa fez-me "fazer" a Kurfürstendamm até à estação, com eventuais (muitos) desvios e voltinhas que pudessem surgir. E de facto surgiu quase logo uma surpresa (exactamente do que eu gosto - surpresas, imprevistos): ao virar uma esquina, entrevi, no meio do arvoredo de um jardinzito um edificio todo branco, de linhas direitas que, à medida que me ia aproximando mais interesse me despertava.


O edificio é alto, sem janelas. Desperta-me a atenção uma torre, a metade de baixo branca, a metade superior de madeira. O edificio revela-se espantoso: uma pequena pala "a la Siza" com uma pequena frecha a meio em forma de meia lua.


Percebo que é uma igreja. Entro. É mesmo uma igreja: toda branca despida, um altar minimalista; um homenzinho anda de um lado para o outro, compondo as coisas (viria a saber que ia celebrar-se missa); parece desconfiar de mim, tal os vários ângulos em que me coloco e pontos de vista que tomo, as fotos que ele pensa que eu esteja a tirar (acabo por disparar apenas para as essenciais).


Eu chego à fala com ele, mostrando-lhe o meu espanto perante a beleza e simplicidade daquelas linhas. Ele (sacristäo) conta-me com entusiasmo a história daquela igreja e vai-me mostrando fotografias para ilustrar o que diz (há um livrinho que ele folheia, apontando para cada foto, como se de um álbum de família se tratasse).
A igreja foi construida há três anos; a anterior, que existia naquele lugar e construida nos anos de 60, reconstrução por seu lado de uma outra bombardeada durante a guerra, tinha sido incendiada por "junge leute" (maneira simpática de tratar os jovens). As chamas teriam atingido mais de quarenta metros de altura: as fotografias do incêndio eram de facto dramáticas. Os braços do Cristo, em ferro, descairam com o calor, mas a imagem foi recuperada tal qual, e colocada agora numa parede, enorme, branca. Impressionante!


Cristo impressionante, com os braços para baixo, impotentes... (Há ainda uma imagem de Nossa Senhora recuperada da primeira Igreja, mas sem interesse especial, a não ser o facto de ter sido colocada numa capela toda de madeira, a contrastar com a brancura da igreja.)


Não só a Igreja é de facto muito bonita, como me tocou este testemunho.


Depois mais umas voltinhas ao Ku'damm - pormenores urbanisticos e arquitectonicos interessantes (fotografados).


Não sinto a cidade como desconhecida. Fruto de ter cá estado durante quase um ano quando era um puto de 9 anos?

Depois da compra do bilhete para Praga, compro umas coisas para petiscar. Envio um mail para Praga. Volto a "flanar"; é assim que gosto, sem rumo.



Impressionou-me ainda a Gedächtnisskirsche; mas - tanto quanto me lembro - era mais arrepiante sozinha, sem a outra igreja, torre octogonal, ao lado, construida nos anos 60 - é que lhe retira a violência de uma igreja monumental esventrada.


Apenas choviscou um pouco ao fim da tarde - sentei-me numa esplanada coberta e provei a cerveja berlinense. (aproveitei para tirar as notas para o meu PDA).

Há uma exposição de pintura que me apetece ver: "100 anos de Impressionismo" - sou capaz de ir amanhã. Há uma retrospectiva do Goya que me parece ser muito completa... terei tempo para tudo? É que ainda me falta o Museu de Arte Antiga e o Egipcio... e outros que tenho em lista... Alguns vão ter de ficar para outra altura...

Regresso ao hotel de metro.


Até amanhã.

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