(Depois de jantar.)
Jantei que nem um mamute... Acabei por escolher um restaurante asiático: comida chinesa, vietnamita e tailandesa. Fui para a vietnamita; os pratos eram gigantescos e penso que genuínos (vários individuos asiáticos no restaurante).
Faço um pouco de tempo antes de recolher, e aproveito para actualizar o blog - não tanto como gostaria...
(copio do meu "Diario de bordo" - PDA)
O objectivo hoje era o de ir comprar o bilhete para Praga. Olhando o mapa fez-me "fazer" a Kurfürstendamm até à estação, com eventuais (muitos) desvios e voltinhas que pudessem surgir. E de facto surgiu quase logo uma surpresa (exactamente do que eu gosto - surpresas, imprevistos): ao virar uma esquina, entrevi, no meio do arvoredo de um jardinzito um edificio todo branco, de linhas direitas que, à medida que me ia aproximando mais interesse me despertava.
O edificio é alto, sem janelas. Desperta-me a atenção uma torre, a metade de baixo branca, a metade superior de madeira. O edificio revela-se espantoso: uma pequena pala "a la Siza" com uma pequena frecha a meio em forma de meia lua.
Percebo que é uma igreja. Entro. É mesmo uma igreja: toda branca despida, um altar minimalista; um homenzinho anda de um lado para o outro, compondo as coisas (viria a saber que ia celebrar-se missa); parece desconfiar de mim, tal os vários ângulos em que me coloco e pontos de vista que tomo, as fotos que ele pensa que eu esteja a tirar (acabo por disparar apenas para as essenciais).
Eu chego à fala com ele, mostrando-lhe o meu espanto perante a beleza e simplicidade daquelas linhas. Ele (sacristäo) conta-me com entusiasmo a história daquela igreja e vai-me mostrando fotografias para ilustrar o que diz (há um livrinho que ele folheia, apontando para cada foto, como se de um álbum de família se tratasse).
A igreja foi construida há três anos; a anterior, que existia naquele lugar e construida nos anos de 60, reconstrução por seu lado de uma outra bombardeada durante a guerra, tinha sido incendiada por "junge leute" (maneira simpática de tratar os jovens). As chamas teriam atingido mais de quarenta metros de altura: as fotografias do incêndio eram de facto dramáticas. Os braços do Cristo, em ferro, descairam com o calor, mas a imagem foi recuperada tal qual, e colocada agora numa parede, enorme, branca. Impressionante!
Cristo impressionante, com os braços para baixo, impotentes... (Há ainda uma imagem de Nossa Senhora recuperada da primeira Igreja, mas sem interesse especial, a não ser o facto de ter sido colocada numa capela toda de madeira, a contrastar com a brancura da igreja.)
Não só a Igreja é de facto muito bonita, como me tocou este testemunho.
Depois mais umas voltinhas ao Ku'damm - pormenores urbanisticos e arquitectonicos interessantes (fotografados).
Não sinto a cidade como desconhecida. Fruto de ter cá estado durante quase um ano quando era um puto de 9 anos?
Depois da compra do bilhete para Praga, compro umas coisas para petiscar. Envio um mail para Praga. Volto a "flanar"; é assim que gosto, sem rumo.
Impressionou-me ainda a Gedächtnisskirsche; mas - tanto quanto me lembro - era mais arrepiante sozinha, sem a outra igreja, torre octogonal, ao lado, construida nos anos 60 - é que lhe retira a violência de uma igreja monumental esventrada.
Apenas choviscou um pouco ao fim da tarde - sentei-me numa esplanada coberta e provei a cerveja berlinense. (aproveitei para tirar as notas para o meu PDA).
Há uma exposição de pintura que me apetece ver: "100 anos de Impressionismo" - sou capaz de ir amanhã. Há uma retrospectiva do Goya que me parece ser muito completa... terei tempo para tudo? É que ainda me falta o Museu de Arte Antiga e o Egipcio... e outros que tenho em lista... Alguns vão ter de ficar para outra altura...
Regresso ao hotel de metro.
Até amanhã.
Jantei que nem um mamute... Acabei por escolher um restaurante asiático: comida chinesa, vietnamita e tailandesa. Fui para a vietnamita; os pratos eram gigantescos e penso que genuínos (vários individuos asiáticos no restaurante).
Faço um pouco de tempo antes de recolher, e aproveito para actualizar o blog - não tanto como gostaria...
(copio do meu "Diario de bordo" - PDA)
O objectivo hoje era o de ir comprar o bilhete para Praga. Olhando o mapa fez-me "fazer" a Kurfürstendamm até à estação, com eventuais (muitos) desvios e voltinhas que pudessem surgir. E de facto surgiu quase logo uma surpresa (exactamente do que eu gosto - surpresas, imprevistos): ao virar uma esquina, entrevi, no meio do arvoredo de um jardinzito um edificio todo branco, de linhas direitas que, à medida que me ia aproximando mais interesse me despertava.
O edificio é alto, sem janelas. Desperta-me a atenção uma torre, a metade de baixo branca, a metade superior de madeira. O edificio revela-se espantoso: uma pequena pala "a la Siza" com uma pequena frecha a meio em forma de meia lua.
Percebo que é uma igreja. Entro. É mesmo uma igreja: toda branca despida, um altar minimalista; um homenzinho anda de um lado para o outro, compondo as coisas (viria a saber que ia celebrar-se missa); parece desconfiar de mim, tal os vários ângulos em que me coloco e pontos de vista que tomo, as fotos que ele pensa que eu esteja a tirar (acabo por disparar apenas para as essenciais).
Eu chego à fala com ele, mostrando-lhe o meu espanto perante a beleza e simplicidade daquelas linhas. Ele (sacristäo) conta-me com entusiasmo a história daquela igreja e vai-me mostrando fotografias para ilustrar o que diz (há um livrinho que ele folheia, apontando para cada foto, como se de um álbum de família se tratasse).
A igreja foi construida há três anos; a anterior, que existia naquele lugar e construida nos anos de 60, reconstrução por seu lado de uma outra bombardeada durante a guerra, tinha sido incendiada por "junge leute" (maneira simpática de tratar os jovens). As chamas teriam atingido mais de quarenta metros de altura: as fotografias do incêndio eram de facto dramáticas. Os braços do Cristo, em ferro, descairam com o calor, mas a imagem foi recuperada tal qual, e colocada agora numa parede, enorme, branca. Impressionante!
Cristo impressionante, com os braços para baixo, impotentes... (Há ainda uma imagem de Nossa Senhora recuperada da primeira Igreja, mas sem interesse especial, a não ser o facto de ter sido colocada numa capela toda de madeira, a contrastar com a brancura da igreja.)
Não só a Igreja é de facto muito bonita, como me tocou este testemunho.
Depois mais umas voltinhas ao Ku'damm - pormenores urbanisticos e arquitectonicos interessantes (fotografados).
Não sinto a cidade como desconhecida. Fruto de ter cá estado durante quase um ano quando era um puto de 9 anos?
Depois da compra do bilhete para Praga, compro umas coisas para petiscar. Envio um mail para Praga. Volto a "flanar"; é assim que gosto, sem rumo.
Impressionou-me ainda a Gedächtnisskirsche; mas - tanto quanto me lembro - era mais arrepiante sozinha, sem a outra igreja, torre octogonal, ao lado, construida nos anos 60 - é que lhe retira a violência de uma igreja monumental esventrada.
Apenas choviscou um pouco ao fim da tarde - sentei-me numa esplanada coberta e provei a cerveja berlinense. (aproveitei para tirar as notas para o meu PDA).
Há uma exposição de pintura que me apetece ver: "100 anos de Impressionismo" - sou capaz de ir amanhã. Há uma retrospectiva do Goya que me parece ser muito completa... terei tempo para tudo? É que ainda me falta o Museu de Arte Antiga e o Egipcio... e outros que tenho em lista... Alguns vão ter de ficar para outra altura...
Regresso ao hotel de metro.
Até amanhã.
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