Acabei de jantar à meia hora, já bebi dois cafezitos (acabei por encontrar qualquer coisa de parecido...) e ainda tenho a boca completamente a arder... Foi na "mouche": "Gulash suppe" e "Ungarische paprika" estava óptimo.
(ainda no comboio para Budapeste - do Diário de Bordo)
No compartimento vazio e já em terras magiares (porque é que mal o comboio entrou na Hungria passou a andar mais rápido?) lembro a viagem de Praga para Viena: a meio entra um grupo americano - família numerosa que se reparte por vários compartimentos - à minha frente senta-se a mãe da familia (quarentona), mete conversa comigo a propósito do arrumo das malas; e logo: "Oh! I'm so excited! It's my first time in a train!" e logo de seguida segue com um comentário de que deveria ter tido aulas - "some lessons" - sobre como andar de comboio! Controlei-me para não dar uma gargalhada e desvio a conversa... donde são, para onde vão...
São de facto uma gente estranha.
Uma noite em Viena, no NetCafe, entram dois americanos; um senta-se a um computador, o outro, ao balcão, na outra ponta da sala, a uma mesa; eu quase nem dou por isso; a pouco e pouco vou-me sentindo desconcentrado (é que para além da falta de acentos e cedilhas algumas teclas não estão no sítio do "costume") - o raio do americano sentado ao balcão vai berrando para o outro instruções: "Agora faz assim"... "Isso, agora assado"... "Estúpido! isso não, volta para traz"...
E não levantava o rabo da cadeira onde estava para ir ter com o outro. Não me contenho e berro-lhe (sim: berro!) "Not so loud, please!" - o tipo olha para mim com o ar mais aparvalhado do mundo durante uns bons cinco segundos, até que, finalmente, percebe. Vá lá, acabou por se render as evidencias, e: "I'm sorry about that". Levantou-se e foi para junto do outro. Acabei por actualizar o blog em paz.
18h30 em Budapeste
Sinto-me numa grande cidade, outra vez!
Sem desprimor para Bratislava que continua a ser uma cidadezinha simpática para visitar (dois dias para mim foram suficientes); apenas a parte antiga da cidade despertou o meu interesse; dizem os eslovacos que os checos (quando existia a Checoslovaquia) levaram tudo o que tinha interesse para Praga, daí as poucas obras de arte existentes em Museus (apenas tive conhecimento de um, que nem sequer visitei).
Mal saí da estação de Budapeste
(a mítica estação de onde saía o mítico "Expresso do Oriente")
(escolhi sempre hoteis relativamente perto das estações) mergulhei numa grande avenida, com trânsito intenso, e cheio de pessoas atarefadas; quando voltei a primeira esquina pareceu-me estar em Paris: avenida larguissima, árvores a bordejar os passeios, arquitectura semelhante, vida intensa.
Em 10 minutos estava no hotel. Tinha saido de Bratislava com chuva, cheguei a Budapeste com sol.
Meia hora depois estava novamente na rua (seria mais apropriado dizer "boulevard"?). Estranha sensação: parece que estou em pleno Paris e não estou...
Não tenho culpa! A meio do "boulevard" apanho com a Opera! Edifício neo-clássico, (o habitual para uma Opera); um pormenor chama-me a atenção: de cada lado da fachada principal, e sempre em estilo neo-classico, uma esfingie
um nipónico (assim me parece) faz-se fotografar pela mulher a apalpar as mamas à esfingie...
Uns metros mais abaixo, do outro lado da avenida (do "boulevard"?) uma intensa luz de dia sobressai no lusco-fusco que cai sobre a cidade. Nem aqui? Uma equipa de cinema ilumina o interior de uma loja onde se filma (presumo) uma publicidade... Os materiais e aparato do costume...
A "sorok" (cerveja) húngara nao tem um travo tão acentuado como a checa; é bastante agradável, sabe mais a malte (assim me parece).
Vou tentar um "gulash" para o jantar - penso que nao vai ser difícil.... A ver vamos...
Pelos vistos não foi!|
Amanhã vou começar a desbravar Budapeste.
Boa noite!
segunda-feira, agosto 22, 2005
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