(depois do jantar)
Se o jantar de ontem estava óptimo o de hoje excedeu todas as expectativas. Amanhã volto ao mesmo sítio.
Uma manhã excepcional. Céu limpo, sol radioso - o dia promete um bom passeio pela Budapeste desconhecida.
Confirmo a impressão de ontem à tarde: cidade cosmopolita, grandes avenidas, movimento, lojas, gente.
Nesta parte de Peste (margem esquerda do Danúbio) a arquitectura dominante ainda é, sobretudo, a do principio do sec.XX (dai fazer lembrar os "grands boulevards" de Paris).
Pena haver alguns prédios (e não tão poucos) degradados, mas percebe-se que tem havido alguma reabilitação.
De repente o céu fica coberto de nuvens cinzento carregado (nunca tinha dado por mudança tão brusca) e desata a chover a cântaros.
Como estou à porta de uma loja de discos (oh, divina providencia!) entro. Entretanho-me a "bisbilhotar"; espanto: os CDs de origem húngara são mais caros que os das editoras internacionais...
Sinto igualmente na cidade um reconhecimento pelos músicos que por aqui passaram ou viveram (os da clássica, bem entendido!): placas nas fachadas dos edificios, pequenos ou grandes bustos ou monumentos a lembrar Liszt
(claro: Liszt, húngaro a 100%, com direito a busto no Conservatório de Música!)
Bartok, Erkel e tantos outros; mas não faço a mínima ideia do porquê dessas homenagens - as placas estão em húngaro, língua que é me completamente estranha, nem por aproximação vou lá... Porquê uma placa ao Wagner? porque dormiu nesta casa? terá composto algum trecho de ópera aqui? (inclino-me mais para a primeira opção...)
A chuva parece abrandar, aguardo mais uns minutos e de súbito novamente céu limpo e sol. Continuo o passeio a desvendar Buda. Chego à ponte das "correntes"
- não faço a mínima ideia da tradução literal, o mapa em inglês chama-lhe "chain bridge".
(Mais tarde fico a saber que a tradução é mesmo literal; os húngaros chamam-lhe igualmente "Ponte das correntes")
Nem aqui o Danúbio é azul! (Viena, Bratislava e agora Budapeste)
A seguir ao meu almoço com vista para a ponte da "liberdade" - a que eu gosto mais
o céu volta a encobrir-se e recomeça a chover a sério; abrigo-me num portal. Quando amaina um pouco aventuro-me mais além; ao fim de meia hora, penso que não foi para apanhar chuva que vim ate Budapeste. Olho o mapa e percebo que estou perto do "Museu de Artes Decorativas" (não estava nas minhas intenções, mas porque não?). A chuva é miudinha mas persistente. Quando volto a esquina para a rua do museu: grande aparato - projectores potentissimos montados em gruas iluminam umas janelas do 2º andar do Museu
já percebi: filmam... e o museu está encerrado ao público (óbvio!) - um alemão nao deixa de desabafar um "Scheise!"
Chego ao hotel; sinto-me húmido da cabeça aos pés; tomo um duche, mudo de roupa e sinto-me outro.
Penso num possível sítio abrigado - museus, já não vale a pena (passa das 4h). O "maior shopping da europa"... (se eles o dizem... Todas as cidades têm o seu "maior" ou "mais significativo" qualquer coisa...)
Vamos a isso. De facto é enorme; as lojas de marca do costume, mais umas tantas outras, cinemas, cafés, restaurantes, casas de jogo, livrarias... o costume...
Ao fim de uma meia hora dou que já não chove. Saio.
Uma rectificação ao que ficou dito ontem: esta gente ainda nao é completamente eslava - muita dela tem traços aciganados; estou mais uma vez numa qualquer fronteira...
20h
Encontrei uma "tasca" que não me parece nada mal; encomendei a tradicional "gulyas leves" (sopa de gulash) e outro prato tradicional frango com chouriço (húngaro; tem muito pouco a ver com o português) e paprika... Yummy! Yummy!
Se amanhã estiver de chuva (a previsão metereológica assim o prevê) vou ao Museu de Arte Antiga - museu que não quero perder.
Boa noite!
terça-feira, agosto 23, 2005
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